Endocrinologia e Metabologia em Petrolina
Diariamente, encontro pacientes em meu consultório que enfrentam grandes desafios na redução de peso, mesmo após adotarem mudanças em sua dieta e manterem uma rotina de exercícios regular.
Além disso, há situações em que o paciente enfrenta problemas de saúde que o impedem de praticar atividades físicas, mas ainda está acima do peso.
Assim, cada indivíduo apresenta uma situação única, e como endocrinologista, serei capaz de avaliar se o tratamento com medicamentos é apropriado e identificar qual abordagem é mais eficaz e segura para cada caso.
Os medicamentos seguros e efetivos para perder peso atuam reduzindo o apetite, gerando saciedade, reduzindo a absorção de calorias pelo intestino, ou ainda diminuindo a fome emocional.
A resposta varia de pessoa para pessoa. Isso ocorre porque muitos pacientes conseguem combinar o uso de medicamentos com mudanças significativas em seu estilo de vida, como ajustes na dieta e uma rotina adequada de atividades físicas.
Nesses casos, é provável que o período de uso dos medicamentos seja mais curto, e uma vez que alcançam o peso-alvo desejado, gradualmente começamos a reduzir a dosagem.
Por outro lado, para pacientes com níveis mais elevados de obesidade ou aqueles que têm dificuldades em modificar suas dietas e/ou intensificar as atividades físicas, pode ser necessário um tratamento contínuo com medicamentos.
No entanto, sempre avaliamos se o uso dos medicamentos está auxiliando na manutenção da perda de peso sem causar efeitos colaterais indesejados (ou o mínimo possível).
O sucesso do tratamento da obesidade depende tanto da medicação utilizada quanto das mudanças de hábitos feitas pelo paciente.
Existem medicamentos que podem ser significativamente mais eficazes do que outros, com respostas individuais variáveis. Enquanto algumas pessoas podem eliminar mais de 15 a 20% do peso corporal, outras podem perder menos usando a mesma medicação.
Além disso, pacientes com graus mais elevados de excesso de peso, pessoas mais jovens e do sexo masculino geralmente tendem a perder mais peso.
Em geral, estabelecer uma meta inicial de reduzir de 5 a 10% do peso corporal em 6 meses é razoável e traz benefícios importantes para a saúde.
Quando a perda de peso é ainda maior, alcançando mais de 15% do peso corporal, e é mantida a longo prazo, os resultados para a saúde são excelentes. Isso inclui um aumento na expectativa de vida e uma redução significativa no risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, câncer, diabetes, artrose e outras condições graves.
Não existe um tratamento único que seja o melhor para todos os pacientes. Cada caso é único e a escolha da medicação considera diversos fatores, tais como:
Padrão alimentar do paciente;
Ingestão de alimentos relacionada à ansiedade;
Presença de compulsão alimentar;
Idade do paciente;
Problemas de saúde associados;
Possíveis interações com outras medicações em uso;
Experiências prévias com tratamentos anteriores.
Além disso, em alguns casos, é possível associar mais de uma medicação no tratamento para perda de peso. Utilizar remédios com diferentes mecanismos de ação pode potencializar a eficácia da perda de peso em determinadas situações. Cada abordagem é personalizada para atender às necessidades individuais do paciente.
Uma dúvida comum entre os pacientes é se, após interromper o uso da medicação, eles correm o risco de recuperar o peso perdido, inclusive ganhando mais peso do que tinham inicialmente.
Não temos evidências de um efeito rebote específico ao suspender a medicação, o que sabemos é que o próprio organismo sofre alterações metabólicas na tentativa de reganhar o peso perdido (aumenta fome, diminui saciedade, diminui metabolismo basal). E assim, certas atitudes podem contribuir para essa situação, tais como:
Não seguir o tratamento conforme indicado;
Levar uma vida sedentária;
Manter uma alimentação inadequada;
Não implementar mudanças no estilo de vida.
É importante lembrar que a manutenção dos resultados alcançados com o tratamento da obesidade depende de adotar hábitos saudáveis e sustentáveis a longo prazo. O acompanhamento médico e a continuidade de práticas benéficas são fundamentais para evitar o reganho de peso e promover uma melhoria contínua na saúde.
Além de seguir fielmente o tratamento medicamentoso com consultas frequentes ao endocrinologista, aqui estão algumas dicas para auxiliar no seu processo:
Escolha alimentos saudáveis;
Mastigue a comida devagar e completamente;
Evite comer enquanto está distraído (como assistir TV, por exemplo);
Pare de comer quando estiver satisfeito;
Esteja consciente das calorias que você ingere diariamente (leia rótulos ou use aplicativos de contagem de calorias);
Evite alimentos ricos em gordura, açúcares simples, bebidas açucaradas e com pouca fibra;
Utilize um prato menor para as refeições;
Mantenha lanches saudáveis à mão (como vegetais crus, frutas, nozes e castanhas) caso sinta fome entre as refeições;
Faça exercícios físicos parte de sua rotina;
Assegure-se de dormir pelo menos oito horas por noite.
Seguindo essas orientações, você estará contribuindo significativamente para o sucesso do tratamento e para alcançar seus objetivos de forma saudável e sustentável. Lembre-se sempre de contar com o suporte profissional para orientá-lo durante esse processo.
São medicamentos projetados para imitar a ação do GLP-1 natural, levando a saciedade, retardamento do esvaziamento gástrico e supressão do apetite.
É um agonista do receptor GLP-1, como a semaglutida, combinado com um polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose, ou GIP, análogo. Imita os hormônios naturais que suprimem a fome.
É uma medicação que combina dois princípios ativos, a bupropiona e o naltrexone. Têm o potencial de reduzir o apetite, aumentar da saciedade e controlar os impulsos alimentares.